balla - fnac coimbra - 29.01.2011

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No dia 29 de Janeiro, pelas 22h, na Fnac de Coimbra, Armando Teixeira apresentou o seu projecto Balla. Para isso, contou com a preciosa ajuda de José Vilão e João Tiago, na bateria e nas teclas, respectivamente. Da capital até à cidade dos estudantes trouxe consigo "Equilíbrio", o seu recente trabalho discográfico - a sua abordagem mais electrónica de toda a obra do Homem-Balla - que conta com várias participações de músicos conhecidos do panorama português, sendo eles: António Manuel Ribeiro, Liliana Carvalho, Luís Varatojo, Samuel Úria e Joana Dinis Fonseca. Este trabalho surge na sequência de "Resumo 2000-2008" que, como o próprio nome indica, reúne várias canções deste projecto. "Equilíbrio" pode ser visto como um recomeço, mas o próprio afirma à Rua de Baixo que "Não é um disco de ruptura, de maneira nenhuma, mas também não é um álbum de continuidade. É um disco que abre novos caminhos e aproveita alguns já trilhados”. Todo o trabalho de gravação ficou a cargo de Armando, que o fez de uma forma um pouco solitária, mas "É uma coisa que faz parte, acho que não sei fazer de outra maneira". Conta-nos Rui Miguel Abreu que "Armando Teixeira nunca escondeu que um dos principais moldes da sua sensibilidade pop tem carimbo «Made In Portugal»: a modernidade dos Heróis do Mar e de António Variações, a inventividade dos GNR, o carácter épico da Sétima Legião, a magia e o mistério de Né Ladeiras. Se se procurar bem é possível encontrar todas essas marcas na música que Armando tem produzido como Balla. E daí que o seu cruzamento recente com Rui Reininho não tenha sido mera coincidência. Até porque, na música como nos livros, não há coincidências – apenas sintonias, cumplicidades, confissões de admiração".
Armando Teixeira é uma caixinha de surpresas. Saibam vocês que já participou em variadíssimos projectos, desde Da Weasel, Bizarra Locomotiva e Ik Mux a Boris Ex-Machina e Bullet. "É normal gostarmos de muitas coisas e é normal em determinada altura das nossas vidas experimentarmos uma quantidade de coisas. Agora estou mais preocupado não em experimentar vários estilos diferentes, mas em manter o caminho, se bem que esse caminho, como eu já provei nestes quatro álbuns dos Balla, pode ser bastante diferente. Não tem que ser necessariamente fazer um álbum a seguir ao outro com a mesma forma. Isso nunca farei" explica à RdB, numa entrevista realizada por Pedro Arnaut. Nada melhor do que lermos o que Rui Reininho escreveu em 2010. Intitula-se "A Altura do Homem Balla" e está presente no disco, como texto de apresentação. Reza assim: "Ei-lo, o esperado Momento do homem Balla depois de um final de século que se suspeita ter sido reinventado no que à música popular artesanal urbana concerne: a pop saltita de década em década, salta a fasquia do milénio e só encontra o Equilíbrio nesta dezena de pulsões musicais em que se reconstrói, numa mitologia para memória futura. Boom! Armando Teixeira fala de si e trata-a por tu através dos outros que o compreendem e apreendem: astrologia do ser, astronomia do sentir, antropologia do devir, antropofagia do desejar, escatologia do amor, o heteropolitano atravessa o éter e cai na rede, são e salvo. Big Bang Bang!"

No showcase, com casa cheia, apresentou seis canções. Todas elas presentes neste quinto álbum, de nome "Equilíbrio". Para abrir a noite, "Ao Deus-dará", o primeiro single deste trabalho que "é tudo menos uma canção que vagueia sem destino. É, aliás, uma canção que garante imediatamente um lugar na história da pop portuguesa de 2010, por ser o tema que marca o regresso de Miguel Esteves Cardoso à escrita de canções. Amigos comuns, uma sugestão, um desafio imediatamente aceite, uma página de um caderno, uma ideia romântica, palavras e um sentido… Foi assim que nasceu este tema, fruto de uma admiração mútua entre o homem-Balla e o homem que inventou a escrítica pop", concluiu Rui Miguel Abreu no ano passado. "Fogo Exemplar" e "Tempestade" foram os temas que ouvimos de seguida e que constam no álbum com a participação de Liliana Carvalho, que canta com Armando Teixeira em Bullet. Seguiu-se "Queda" e "Equilíbrio?" - tema que dá nome ao disco e conta com a colaboração de Samuel Úria na voz. "Encontrei um tema em que achei que ele poderia ficar bem, quanto mais não seja por ser tão diferente daquilo que ele faz normalmente", contou à RdB. Para terminar, a canção escolhida foi "Montra", o segundo single que consta com a participação de António Manuel Ribeiro, que na opinião de Pedro Arnaut (RdB) é uma canção que nos arrebata. "Ao longo de três minutos só conseguimos pensar naquilo que estamos a ouvir – uma canção pop perfeita".

Mas as participações não ficam por aqui, como referi no inicio do texto, também neste "Equilíbrio" há uma mãozinha de Luís Varatojo - d'A Naifa - que participa na faixa "Lixo" e em "À Noite em Creta". Explica o Homem-Balla: "Pedi-lhe para tocar nesses [temas], porque gosto muito da maneira como ele toca e achei que poderia ficar bem a guitarra portuguesa e, acima de tudo, a maneira como ele toca a guitarra portuguesa". Também é importante referir que Armando Teixeira contou com senhores muito talentosos na escrita das canções. Desde a estreia de Pedro Mexia em "Lixo", ao regresso de Miguel Esteves Cardoso em "Ao Deus Dará", passando por José Luís Peixoto com "À Noite em Creta" e "Estranhos", há tempo ainda para algumas da sua autoria. Como disse à EsecTV, aparece sempre primeiro a canção e depois a letra: "Acho que a palavra deve seguir a melodia, não a melodia que deve ir atrás da palavra. Portanto, depois de existir uma melodia não há palavras a mais, nem palavras a menos, há as palavras certas para servir aquela melodia".
A verdade é que já em 2003, a LusoBeat afirmou que: "Armando Teixeira é dos maiores activos da nova música portuguesa e representa uma promissora imagem de futuro. Talento, disciplina e trabalho". Pelos vistos, não se enganou!